Modulação por Largura de Pulso (PWM)

Modulação Por Largura de Pulso, ou PWM, é uma técnica para obter resultados analógicos a partir de pulsos digitais. O sinal gerado é uma sequência de pulsos alternados entre níveis lógicos altos e baixos formando uma sequência de ondas com níveis discretos.

PWMs partem da ideia de gerar ondas quadradas com frequências bem acima da de operação do objeto que se deseja controlar. A intensidade de operação do objeto vai variar de acordo com o tempo que o pulso da onda vai permanecer em nível alto em relação ao tempo que permanecerá em nível baixo. Isso é chamado de duty-cycle, que tem sua medida de referência em porcentagem, onde 100% de duty-cycle é um sinal contínuo em nível lógico alto, ou máxima tensão, 0% é um sinal contínuo em nível lógico baixo, e 50% é uma onda quadrada onde os tempos de sinal alto e baixo são os mesmos.

Duty-Cycles
Sinal de um PWM com diferentes porcentagens de duty-dycle.

Essa técnica de modulação é amplamente utilizada na eletrônica, como em fontes chaveadas, controle de velocidade de motores DC, controle de posicionamento de servos motores, controle de luminosidade e várias outras aplicações. Além disso, essa modulação pode ser incorporada a circuitos de potência para trabalharem com sinais AC, resultando nos famosos dimmers.

Somando a isso, aplicando filtros, é possível formar componentes analógicos variando o duty-cycle, filtrando as componentes digitais o resultado se torna muito próximo de uma senoide limpa.

Componente senoidal gerada pela variação do duty-cycle do PWM.

Sendo essa uma das técnicas utilizadas por inversores de frequência para transformar eletricidade em corrente contínua de baterias ou painéis solares no padrão 50Hz/60Hz usado em residências ou equipamentos que trabalhem com corrente alternada.

Plataformas microcontroladas, ou mesmo microcontroladores podem ser fontes de sinais PWM. O Arduino, por exemplo, pode gerar esses sinais para diversas aplicações, utilizando-o para controlar servos motores, o PWM se expressa em uma frequência de 50Hz, que é a soma dos tempos do nível baixo com o nível alto dividido por um segundo, mas a variação de duty-cycle é somente entre 5 a 10% para que o motor mova seu eixo de 0 a 180°.

Variação do duty-cycle de um sinal PWM para mudança de ângulo de eixo de um servo motor.

Na imagem acima nota-se que, ao girar 180º, o pulso mostrado no osciloscópio ainda continua estreito em relação a todo o comprimento de onda.

O Arduino também pode gerar um PWM completo, porém sua frequência padrão é de 490Hz, a figura a seguir mostra a saída com duty-cycle de 0 a 100%.

Variação do duty-cycle de um sinal PWM gerado por um Arduino Uno.

As utilizações de PWMs são várias, mas há muita confusão com relação a esse tipo de modulação e conversores de tensão. Geralmente algumas pessoas o tratam a técnica de modular o sinal como o próprio conversor. A exemplo de um circuito abaixador de tensão (buck), que, na realidade, utiliza o pulso modulado para converter a tensão recebida em sua entrada para um nível mais baixo, onde, em si, o circuito de modulação juntamente com os outros componentes do circuito causam a redução do nível de tensão, os conhecidos conversores step down. Uma simulação de um circuito com a topologia de um conversor buck é mostrado a seguir, nota-se que, ao diminuir o duty-cycle do PWM, a tensão de saída diminui.

Modelo de um conversor buck (step down). Quanto mais se diminui o duty-cycle, menor será a tensão de saída em relação à de entrada.

O PWM também pode ser usado para modular pulsos em elevadores de tensão (conversores boost ou step up). Como é mostrado na figura abaixo, o pulso modulado de acordo com a largura ajusta o tempo de carregamento do indutor que depois, somado com a tensão da fonte, descarrega em cima do capacitor quando o transistor abre, fazendo com que a tensão do capacitor aumente e a corrente não retorne por causa da polarização do diodo, assim elevando a tensão de saída. Então, quanto maior o duty-cycle, maior a tensão de saída do conversor. Lembrando que o ganho de tensão impacta em uma redução na corrente que pode ser fornecida na saída do conversor

Conversor boost, ou step up. Quanto mais se eleva o duty-cycle, mais alta a tensão de saída em relação à de entrada.

Sendo assim, a modulação por largura de pulso é amplamente utilizada e bastante importante no mundo da eletrônica e, com um tipo tão simples de sinal, é possível variá-lo para se obter componentes analógicas, reduzir ou elevar tensões, construir outros tipos de sinais combinando-o com filtros, aplicá-la em controles de carga, rotação, posicionamento, uma infinidade de aplicações.

 

Heládio Nepomuceno

Estudante de Engenharia Mecatrônica Técnico em Mecatrônica Mestre em Física Aplicada Licenciado em Física

Post navigation

Deixe um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fonte de bancada: conheça as funções e saiba como escolher a sua

Sinais e Geradores de Função

GUIA DO MULTÍMETRO: Como escolher o melhor (do iniciante ao profissional).